Foi um dia de muito estudo e trabalho. Acordamos bem cedo e fomos para Tubarão juntamente com a Pastoral Carcerária em um encontro interdiocesano.
Quarta-feira, 15, o encontro começou com uma espiritualização na qual pedimos com grande fervor o auxílio do Espírito Santo, em especial o Dom da Sabedoria.
Após o pe. Nilo Buss ensinou que foi a ação do Espírito de Deus que humanizou Jesus de tal modo que assim ele chegou a ser Cristo.
"Jesus quando nasceu não sabia que era Filho de Deus. Nas sua vida o Espírito Santo o ensinou isso."
Pe. Nilo também nos ensinou que "o mundo coloca venda em nossos olhos para não vermos nossa essência em Deus. Essa é a missão das pastorais, tirar a venda que cobre os nossos olhos."
Criticando o que chamou de Esquemão do Mundo, disse que a Pastoral Carcerária lida com o subproduto desse esquemão.
Também tivemos a palavra de uma advogada, dr. Rosemeire, que falou do ponto de vista do Direito.
"Quando há um julgamento, não estamos julgando a pessoa, mas a atitude falha que ela cometeu. Falta a sociedade perceber isso."
Com alegria e amor pelo que faz, a advogada disse que sua preocupação é com a prevenção, pois todos podem errar. A pessoa, mesmo que tenha matado alguém, há uma pessoa que goste dela. Essa pessoa é um vínculo necessário para a recuperação do criminoso.
Para que refletíssemos a nosso posição de agentes de pastoral em um Cárcere, Ir. Catarina, catequista franciscana, sugeriu que por um momento olhássemos um pouco para nós.
Com um reflexão muito interessante, a irmã falou da necessidade de sermos sensíveis em um ambiente como o presídio. Realmente somos chamados a sermos mais humanos.
Ela abordou também a realidade da Pastoral Carcerária em si, em sua dimensão sócio transformadora, que apresenta Jesus Misericórdia, sl 90.
"Jesus está na Eucaristia, nos pobres e nos presos."
Por fim, ela disse que cada vez ao entrarmos no cárcere não saímos ilesos em nossa personalidade, pois todo o ambiente influencia na personalidade da pessoa e ninguém sai ileso de um Encontro. Lá dentro se quebra preconceitos, e o preconceito só se quebra estando próximo.
A manhã terminou com o testemunho do Richard, um ex-presidiário que com o apoio da Pastoral Carcerária, encontrou forças para mudar de vida.
Quando ele tinha 19 anos foi preso e ficou no presídio por 12 anos. Foi usuário de drogas e fez "uma coisa muito grave". Lá dentro muitas vezes se fazia de forte mas, como muitos outros presos, a noite chorava escondido. Passou a dar valor para coisas pequenas que nós aqui fora nem damos importância, como um simples ovo frito. Mas também, dentro do cárcere recebeu o primeiro voto de confiança. A Pastoral havia iniciado seus trabalhos.
Entre lágrimas ele nos disse, "Peço a vocês que continuem esse trabalho porque para um ser humano é muito importante ter alguém do lado".
Hoje ele é casado, pai de dois filhos e leva uma vida diferente. "Hoje eu sei o que é ser livre!"
O nosso dia em Tubarão foi muito proveitoso. No momento livre após o almoço conhecemos a Catedral de lá, rezamos diante da relíquia de Albertina.
Gostaria também de agradecer ao pessoal da Pastoral Carcerária da Diocese que nos acolhe e que junto fazemos um bom trabalho em nome de Jesus.
Saindo de casa. Madrugada!
Seminaristas e alguns membros da pastoral.
Alguns seminaristas no local do encontro. Na direita a Mara e no fundo o Paulo.
Todo o pessoal que participou do encontro.
Ir. Catarina, seu Agobar, coordenador da pastoral na Diocese e Richard.
Pastoral, pe. Antônio Mendes e seminaristas
Seminaristas Pedro, Deivid e André junto da relíquia de Beata Albertina
Todos os seminaristas na cripta da Catedral de Tubarão.
Ao final do dia visitamos o presídio daquela cidade. A foto acima foi batida após essa visita.